Rui Leal
Leigo Missionário Consagrado VD
Porque ir para tão longe, se ao meu lado o mundo também está órfão de Pai?
Conheci a comunidade quando tinha apenas 17 anos. Apesar da minha idade, tive uma grande experiência de encontro com Deus Pai. Algum tempo depois fiz um fim-de-semana de exercícios e aí senti com força o chamamento a seguir Jesus de perto e a ser missionário. Recordo-me que estava muito enamorado de Jesus, que tinha uma consciência de que Ele estava permanentemente no meu coração e isso, de verdade, tira-nos os medos e limites e nos impulsiona mais além.
Depois de terminar o meu curso de professor de matemática, e apesar da boa experiência de trabalho, no último ano do curso, como continuava com uma forte inquietação missionária, decidi fazer uma experiência de um ano e fui viver com os missionários no Porto. Foi uma experiência muito rica em oração e vivência comunitária… mas na hora de deixar tudo e iniciar o curso de formação não foi fácil. Porque ir para tão longe, se ao meu lado o mundo também está órfão de Pai? Apesar de todo este processo de discernimento, tinha um forte ritmo de missão e também boas experiências de trabalho. O tempo ia passando e eu me sentia verdadeiramente um missionário no mundo, no meio dos meus ambientes, com as pessoas da comunidade, na minha família, na minha realidade profissional… decidi (mais tarde) fazer uns exercícios espirituais mais longos para poder fazer um discernimento mais sincero e com mais disponibilidade interior para “fazer o que Ele me diga”, ainda que fosse difícil…
Senti que o que Deus queria de mim não era que esticasse a minha vocação, se não que vivesse a minha consagração com plena radicalidade, com plena intenção missionária, mas desde o mundo. Desde aí que se tornou mais claro que a minha vocação era de Missionário Leigo Consagrado na Família Missionária Verbum Dei.