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Esta frase expressa o maravilhoso encontro de Jesus com um jovem rico e cumpridor. Jesus viu mais além do que aparentemente se imponha aos Seus olhos. O olhar de Jesus viu um discípulo Seu, um apóstolo.

 

Este é o olhar dos missionários que, no meio de tantas dificuldades, são capazes de olhar mais além e descobrir, enterrada nos escombros da crise financeira ou das velhas instituições, entre elas a política e às vezes a Igreja, a sede que a mulher e o homem europeu sentem de Deus, de autenticidade e de plenitude. Eles propõem sem complexos o Evangelho de Vida que, um dia os unificou, os seduziu e os motivou a ir por todo o mundo, vivendo num ambiente de comunhão e de família.

 

A velha Europa necessita de uma Igreja jovem, de missionários que, como o vinho novo, alegrem as suas ruas, templos e praças.

 

Não há nova evangelização se não houver novos missionários, missionários enamorados, alegres e ousados.

 

O rigor do conceito, a frieza dos números, o peso das instituições necessitam, reinventar-se no calor da fé, a alegria de um Deus familiar que irremediavelmente convoca e une a todos em família.

 

Se é verdade que Fernando Pessoa disse que somos do tamanho dos nossos sonhos, o nosso é o olhar de esperança que Deus tem sobre o continente europeu e em nós, na Verbum Dei, para realizá-los.

Missionário Consagrado VD

O meu nome é Arturo Noé Enciso Rodríguez, sou missionário mexicano. Nasci no seio de uma família muito católica.

 

Foi na minha adolescência que conheci os missionários, a maneira como viviam e como falavam de Jesus impactou-me muito. Não falavam em teorias ou conceitos, falavam de Jesus como se tivessem estado com Ele pela manhã a tomar o pequeno-almoço!

 

Foi numa convivência que tive um encontro com Jesus. Naquele momento, a sós com Jesus, foi a primeira vez que escutei a Sua voz. Começou a falar-me dos meus amigos, dos meus companheiros de escola, da situação da minha aldeia... E, escutei no fundo do meu coração: "Posso devolver-lhes a vida. Noé, Eu quero que vivam! A quem enviarei?" Eu com ingenuidade e com mais ousadia do que consciência respondi-lhe: "Amigo, eu Te levarei a eles". Realmente, eu não sabia o que dizia mas, Jesus tomou a sério aquelas palavras de um adolescente.

 

Oito meses depois convidaram-me a ir a um retiro de oração em silêncio e num momento de oração à frente do sacrário, escutei que Jesus me convidava a levantar o olhar e a contemplar os campos prontos para a colheita mas, voltava a dizer-me: “Quem irá? A quem enviarei?” Experimentei naquele momento que Jesus não me pedia já só que o levasse aos outros em certos momentos, em atividades pontuais mas, que me pedia toda a minha vida.

 

O que senti primeiro foi muito medo, não sabia que responder, nunca havia imaginado estar numa situação assim. Nesses momentos sentia muita confiança com Jesus e disse-lhe: “Não. Eu não quero ser missionário. Somos amigos mas, não me peças isso, eu levo-Te onde quiseres mas, como eu quero”. Ao fim de dois dias de indecisão reconheci que havia dentro de mim um fogo tão grande que, ainda que quisesse apaga-lo, não podia. Não podia apagar aquela chama que Jesus havia acendido em mim; então a alegria foi mais forte que os meus medos e as minhas resistências, fui à capela ter com Jesus, dei um abraço ao crucifixo e disse-lhe “Sim, sim quero. Aqui estou, envia-me”. A alegria e a liberdade que experimentei naqueles momentos eram indescritíveis.

 

A consciência de que “não fui eu que O escolhi mas, foi Ele que me escolheu” tem-me acompanhado todos estes anos. Aqui, encontro a garantia da minha vocação: Ele amou-me e chamou-me primeiro, antes de eu o saber, o pensar ou o querer. Foi o seu amor primeiro que arrancou o meu sim, um sim que hoje é uma resposta definitiva.

Teresa Pinho

Missionária Consagrada VD

Chamo-me Teresa Pinho, tenho 32 anos e no passado dia 19 de Outubro fiz os meus Votos Perpétuos como Missionária Verbum Dei. Estas palavras resumem o que vivi nesse dia. Mas escolhi-as sobretudo por serem a única segurança que tenho e a razão pela qual me consagrei.

 

Nestes 9 anos de caminho senti que foi assim que Deus me tratou, com fidelidade e compaixão. E isso faz-me querer responder-lhe e entregar-me da mesma maneira. “Mas porquê?” – perguntam os meus amigos e conhecidos – “Porquê missionária? Porquê consagrada? Porquê uma vida inteira?”

 

Sabendo bem que as razões nunca bastam e que a vocação é sempre um mistério, atrevo-me a dizer que a grande razão vem de Deus. Diz o profeta Jeremias “Tu seduziste-me, e eu deixei-me seduzir.” Nunca saberemos explicar o porquê mas Deus continua a atrair e a chamar. A mim chama-me a uma missão desafiante: a evangelização. E eu quero responder-Lhe. Ante a realidade do nosso mundo sinto-me profundamente interpelada pela urgência desta missão, uma missão que favoreça a cultura da vida, que gere uma sociedade mais humana e fraterna e que o faça a partir do coração de cada homem e mulher.

Rui Leal

Leigo Missionário Consagrado VD

Conheci a comunidade quando tinha apenas 17 anos. Apesar da minha idade, tive uma grande experiência de encontro com Deus Pai. Algum tempo depois fiz um fim-de-semana de exercícios e aí senti com força o chamamento a seguir Jesus de perto e a ser missionário. Recordo-me que estava muito enamorado de Jesus, que tinha uma consciência de que Ele estava permanentemente no meu coração e isso, de verdade, tira-nos os medos e limites e nos impulsiona mais além.

 

Depois de terminar o meu curso de professor de matemática, e apesar da boa experiência de trabalho, no último ano do curso, como continuava com uma forte inquietação missionária, decidi fazer uma experiência de um ano e fui viver com os missionários no Porto. Foi uma experiência muito rica em oração e vivência comunitária… mas na hora de deixar tudo e iniciar o curso de formação não foi fácil. Porque ir para tão longe, se ao meu lado o mundo também está órfão de Pai? Apesar de todo este processo de discernimento, tinha um forte ritmo de missão e também boas experiências de trabalho. O tempo ia passando e eu me sentia verdadeiramente um missionário no mundo, no meio dos meus ambientes, com as pessoas da comunidade, na minha família, na minha realidade profissional… decidi (mais tarde) fazer uns exercícios espirituais mais longos para poder fazer um discernimento mais sincero e com mais disponibilidade interior para “fazer o que Ele me diga”, ainda que fosse difícil…

 

Senti que o que Deus queria de mim não era que esticasse a minha vocação, se não que vivesse a minha consagração com plena radicalidade, com plena intenção missionária, mas desde o mundo. Desde aí que se tornou mais claro que a minha vocação era de Missionário Leigo Consagrado na Família Missionária Verbum Dei.

Raquel e Joaquim Palma

Casal Missionário VD

Deus chamou-nos a ser casal missionário por distintos caminhos e de distintos modos, não fossemos nós também tão diferentes.

 

A ambos o Senhor nos cativou o coração com o Seu Amor e com as Suas Palavras. Em ambos está a convicção de que só Deus é capaz de resgatar o melhor que há em cada ser humano e garantir, por isso uma convivência fraterna, justa, pacífica! Ansiamos tanto que o Seu Reino seja acessível para todos!

 

O Quim sempre prezou o cuidar, o aliviar, o consolar… aos poucos o Senhor foi suscitando nele a necessidade de o fazer não só a nível da dimensão física, mais transitória, (enquanto médico) mas também cuidando da Vida que não passa, à qual só o Amor responde e sacia. A chamada foi–se tornando insistente e derrubando os impedimentos.

 

A Raquel tantas vezes “perdida” em questões existenciais: “Senhor, qual o sentido da vida? e quando há dor, morte? Qual o valor da condição humana quando marcada pela contradição, pelo pecado, pelo desfasamento entre o desejo e o ser?” (entre muitas outras… nem queiram saber!)… foi no Senhor que encontrou respostas que lhe “encheram a alma”.

 

Entretanto lá foram subindo ao monte com Jesus, uma e outra vez, fazendo experiência de encontro profundo com Ele (Cf. Lc 6, 12-13. 17-18) “…Jesus foi para o monte fazer oração… convocou os discípulos e escolheu doze dentre eles… descendo com eles, deteve-se num sítio plano… uma grande multidão… acorrera para o ouvir e ser curada dos seus males.”

 

Foi o “subir ao monte” uma e outra vez, na vida quotidiana que nos deu perspetivas novas, que nos fez entrar na lógica do Pai e nos fez aceitar que pudesse ter escolhido dois “pobres e fracos” para lhes incendiar o coração e para os convidar a deixar outros entrar, a anunciar, a amar à Sua maneira...

 

Connosco Jesus tem descido do monte, tem ficado no nosso “sítio plano” – a vida real, quotidiana, mundana, onde se corre o risco de se perder a perspetiva, de se ficar afogados na imediatez do desconcerto que aí se vive – e tem permitido que não desistamos, uma e outra vez de permanecer (e de procurar contagiar) alicerçados na verdade maior, na força e no poder mais fortes que são o Seu Amor, e a Sua Misericórdia.

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